A Folha havia publicado na última sexta (4) que Doria optaria pela flexibilização em ambientes abertos, como ruas, praças, parques e estabelecimentos comerciais. Ao mesmo tempo, deveria manter a obrigação do equipamento em ambientes fechados como forma de prevenção ao coronavírus.
Outra medida, anunciada pelo governador nesta quarta, é a volta da capacidade total de público nas praças esportivas – o torcedor deve apresentar o comprovante de vacina. Até então, os estádios de futebol poderiam receber até 70% da sua capacidade de público.A
presença da torcida nos estádios chegou a ser proibida no início da pandemia, em março de 2020.O
uso de máscara é obrigatório desde maio de 2020 como forma de combate e prevenção ao coronavírus, sob pena de multa e inclusive prisão. O novo decreto será publicado em edição extra do Diário Oficial na tarde desta quarta.
“É um novo momento na vida e no trabalho. Depois de dois anos e dois meses de pandemia e de perdas, nós podemos tomar uma medida com esta importância e dimensão”, disse Doria, que durante o anúncio chegou a retirar a sua máscara no jardim do Palácio dos Bandeirantes.
A mudança é impulsionada por dois indicadores, o de queda de casos de infecção e óbitos e os dados de avanço da campanha de imunização. Esta última será uma cartada de Doria, que é o pré-candidato do PSDB à eleição presidencial em outubro deste ano.
Desde o começo da semana, os assessores do tucano têm se empenhado em fazer vídeos sobre o fim da necessidade de vestir máscara.
De acordo com Vacinômetro do governo, atualizados às 11h50 desta sexta, indicavam que 89,26% de toda a população acima de cinco anos está com o esquema vacinal completo.
“A decisão de hoje [quarta-feira] se deve fundamentalmente ao avanço da vacinação. São Paulo é o estado que mais vacina no Brasil. A decisão está respaldada na ciência, na saúde e no respeito pela vida”, afirmou Doria.
Segundo Rossieli Soares, secretário estadual de educação, a máscara não será exigida mesmo nas quadras esportivas cobertas e com aberturas pelas laterais. A medida é válida para os 645 municípios do estado, independentemente do nível de imunização em crianças e adolescentes em cada cidade.
A expectativa do governo é que, nas próximas duas semanas, se reúna novamente com o comitê para reavaliar os indicadores e, com isso, adotará o fim da obrigatoriedade em definitivo do uso de máscara, inclusive nos ambientes fechados e no transporte coletivo.
“Com o crescimento da vacinação de crianças de 5 a 11 anos, poderemos em duas semanas avaliar a liberação completa”, afirmou Doria.
“Com a continuidade das melhorias dos nossos indicadores podemos ampliar a flexibilização nos ambientes fechados”, disse João Gabbardo, coordenador-executivo do comitê científico.
De acordo com o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em todo o estado caiu 37% e houve queda de 42% nas notificações de casos positivos do coronavírus na última semana. Também houve redução de 56% dos óbitos relacionados à doença no último mês.
O ritmo da campanha de imunização entre crianças e adolescentes tem sido uma preocupação de Doria, que pelo menos desde fevereiro tem telefonado para os prefeitos e cobrado publicamente um avanço, como fez ao prefeito de Lorena, Sylvinho Ballerini (PSDB), no último dia 25 durante a inauguração de uma unidade do Poupatempo.
Na ocasião, Lorena (a 190 km da capital paulista) aplicou apenas 41% das doses recebidas para a população infantil, na ocasião.
Já o município de São Paulo informa em seu último boletim diário da Covid-19, publicado nesta terça (8), que 80,21% da população entre 5 a 11 anos recebeu a primeira dose da vacina, e 24,70% foram imunizados com a segunda dose. O total deste público é de 1.083.159 crianças de 5 a 11 anos, segundo a Prefeitura de São Paulo.